Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1171-1 | ||||
Resumo:Considerado como matéria-prima imprescindível, e devido à sua versatilidade, as atividades que envolvem a extração e refinamento de petróleo têm atingido patamares elevados para atender uma demanda global. Consequentemente, com o aumento do número de acidentes petrolíferos, a biorremediação tem se apresentado como uma técnica inovadora, uma vez que se faz necessário o estudo de bactérias existentes em áreas contaminadas por petroquímicos, devido à sua capacidade de utilização de hidrocarbonetos como fonte de carbono. Para tal 1g de borra oleosa foi adicionada a 100mL de meio mínimo suplementado com óleo cru contendo 2x105UFC/g de consórcio microbiano proveniente de solo contaminado por resíduos petroquímicos (solo landfarming). Durante o período de incubação, que teve duração de 21 dias à 150rpm/28ºC, 1mL da amostra foi retirada diariamente e adicionada a 9mL de meio mínimo para diluição seriada (10-1 a 10-8). Visto que o crescimento de microrganismos em meios contendo hidrocarbonetos é bem relatado na literatura relacionado ao desenvolvimento de surfactantes, as Unidades Formadoras de Colônias (UFCs) foram determinadas através da técnica de drop plate, utilizando-se agar diesel e glicose. Foi possível perceber que a fase estacionária teve início a partir do 5º dia, havendo uma estabilidade na quantificação de UFCs até o 21º dia da análise (Figura 1). Durante o período de isolamento, 40 isolados testaram positivo para pelo menos um dos testes aplicados, sendo estes o teste de colapso da gota, que possui positividade relacionada ao potencial de degradação do petróleo e diminuição da tensão superficial, e o teste de emulsificação, que parte do princípio da presença de biossurfactante no sobrenadante e consequente homogeneização do hidrocarboneto presente no teste, sendo que, ao final, quatro isolados (19E, 15B, 10E e 17B) testaram positivo para ambos os testes aplicados. Foi possível notar uma diferença estatística significante entre os quatro principais isolados e o consórcio no tempo 0, assim como após 144h (Figura 2), indicando uma maior estabilidade do emulsificante produzido separadamente pelos isolados, quando comparado ao emulsificante produzido pelo consórcio microbiano. Ao final foi possível concluir que o solo landfarming utilizado é um potencial reservatório de microrganismos produtores de biossurfactantes, e que as cepas selecionadas, após caracterização para confirmação do potencial de produção de biossurfactantes, poderão ser amplamente utilizadas, uma vez que os biossurfactantes possuem uma gama de aplicações, que variam desde a biorremediação à indústria de cosméticos. Palavras-chave: Biorremediação, Biossurfactante, Petróleo, Solo landfarming Agência de fomento:CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico |